Breve biografia

Sou membro da AIFED, a Asocación de Innovación, Formación y Empleo para el desarrollo Sostenible (Associação de Inovação, Formação e Emprego para o Desenvolvimento Sustentável), organização parceira do projeto europeu Supporting distance Training and Education in Prison 2020-1-IT01-KA226-VET-009046. Na reunião final do projeto, em Elba, questionámo-nos: Qual será o futuro da formação nas prisões? Poderemos imaginar uma Sala de Aula comum no Metaverso de todas as prisões da UE?

A minha história

O desenvolvimento de novas tecnologias, a evolução dos processos de digitalização e a globalização digital, que diminuem as distâncias e clivagens entre as pessoas, através das ferramentas do mundo virtual, são fenómenos sociais e globais que caracterizam a era atual em que vivemos. Foi criado um novo mundo, paralelo à chamada "vida real", caracterizado por novas formas de comunicação, de informação, de criação de relações socioeconómicas e, por último, mas não menos importante, de aprendizagem e formação.

Particularmente nesta última área, é necessário aprender a utilizar da melhor forma as inovações do progresso tecnológico, a adaptar-se às mesmas para obter resultados concretos através do desenvolvimento de novos métodos educativos, tanto complementares, como acompanhados pelos tradicionais métodos ou pelos substitutos destes, para melhorar o desempenho e a criação de efeitos desejáveis no domínio da formação.
 

Aprofundando este tema e aplicando-o à formação dos reclusos adultos e à sua necessidade de reinserção e reintegração na sociedade, o mundo virtual futurista, mas já real, representado pelo metaverso, é uma das ferramentas mais inovadoras do novo milénio.

Os cenários futuros deste mundo alternativo ainda estão em curso e oferecem um conjunto de novos instrumentos e considerações ainda inexplorados e, portanto, ainda não previsíveis. Apesar disto, as condições prévias sobre o impacto que pode ter junto do grupo-alvo considerado são, à primeira vista, muito promissoras.

Na tentativa de antecipar alguns dos avanços que poderão ser alcançados nos próximos anos na área de análise considerada, pode-se imaginar realisticamente que a formação de reclusos adultos terá lugar no metaverso: haverá salas de aula virtuais específicas onde estes se irão conectar e serão representados pelo seu próprio avatar. Estes últimos frequentarão física (mas virtualmente) os cursos de formação, enquanto os reclusos poderão estar noutro lugar, graças ao dispositivo de conexão facial ao metaverso. Desta forma, será criado um quadro de aprendizagem misto entre ensino a distância e ensino presencial (considerando que o avatar estará presente na sala de aula virtual e a pessoa real estará noutro lugar). Este é um modelo híbrido possibilitado por esta tecnologia extraordinária e ainda virgem.
 

Os reclusos vão beneficiar de novos conjuntos de ferramentas de apoio à aprendizagem, que serão criados ao vivo e diretamente pelo formador na sala de aula virtual (slides, materiais, modelos 3D) e aprenderão também a criar as suas próprias ferramentas, quando previstas pelas necessidades de aprendizagem do curso de formação.

Ainda aprenderão a ligarem-se à plataforma, a comunicar, a levantar a mão, a escrever, a ler e a moverem-se na sala de aula virtual, que será o local de aprendizagem tanto a nível teórico quanto prático. Produzir o material necessário para o curso de formação e as necessidades de aprendizagem diretamente no metaverso resultará numa forma de trabalho ecológica, beneficiando assim o meio ambiente. Os reclusos aprenderão a personalizar o seu próprio avatar, adaptando-o aos seus traços físicos e características distintivas.

O metaverso pode ser uma extensão ainda mais representativa e colada à realidade externa e um contexto inclusivo, pluralista e tolerante, no qual as pessoas podem continuar a expressarem-se livremente.

Por último e igualmente importante, aprender a usar o metaverso parte de um conjunto de novas tecnologias que estão a ser desenvolvidas ou que serão desenvolvidas no futuro, será uma oportunidade de aprendizagem em si. Além disso, permitirá a um grupo social habitualmente excluído pela sociedade adaptar-se ao processo de digitalização (a transição digital) e a um mundo em constante mudança.

Três competências para o futuro da educação de adultos?