OER (REA): Inteligência Artificial e Educação de Adultos. Para além do exagero

Índice
- Introdução
- Aprender com a IA
- Aprender sobre a IA
- Prepararmo-nos para a IA
- Para além do exagero
- Tudo um pouco negativo?
- Perguntas para a discussão
- Licenças e autoria
- CONTEÚDO CC LICENCIADO, ORIGINAL
- CONTEÚDO CC LICENCIADO, PARTILHADO ANTERIORMENTE
- CONTEÚDO TODOS OS DIREITOS
- O Autor
Introdução
Quando ouve as palavras “Inteligência Artificial” qual é a primeira coisa que lhe vem à mente?
Para muitos, a IA evoca imagens de um futuro distópico governado por máquinas humanóides sem emoções. Porém, a realidade é que a Inteligência Artificial (IA) já está entre nós. Embora possamos não reparar, todos os dias todos nos envolvemos, cada vez mais, com a IA em quase todos os aspetos das nossas vidas diárias: quer estejamos a utilizar os nossos telemóveis, a ler um artigo num jornal, a comprar algo online, a verificar a previsão do tempo, num jogo de computador ou a ser inoculado com uma vacina - a lista é interminável. A IA também tem vindo a ser cada vez mais incorporada na educação e, em breve, terá impacto na educação de adultos.
É fácil encontrar muitos entusiastas (incluindo muitas corporações com grande financiamento) que lhe dirão como é que a IA vai revolucionar a educação e algumas referem como é que irá melhorar radicalmente a educação de adultos. Eu concordo que existem algumas possibilidades extraordinárias, mas, enquanto cientista que tem vindo a explorar a IA e a educação há quase uma década, vejo-me na obrigação de trazer uma perspetiva de estudos críticos - pensar sobre os muitos desafios e tentar ficar afastado da hipérbole. E é isso que pretendo fazer neste artigo.
Para começar, as conexões entre a IA e a educação são mais complexas do que muitos reconhecem - e há muitos mal-entendidos e poucas investigações robustas (Miao e Holmes, 2021). Em particular, não tenho conhecimento de nenhuma investigação sobre a conexão entre a IA e a educação de adultos - embora seja muito provável que a IA venha a afetar a educação de adultos muito em breve. Portanto, para ajudar a navegar na complexidade, considero útil pensar na IA e na educação em termos de três “blocos”. O meu primeiro bloco é “aprender com a IA”; o segundo “aprender sobre a IA”; enquanto o terceiro é “prepararmo-nos para IA”. Na realidade, como qualquer categorização, esses blocos sobrepõem-se de várias maneiras, mas ainda os considero um ponto de partida útil.
A Inteligência Artificial e o seu possível papel na educação de adultos. Uma entrevista com Wayne Holmes.
Poderá descarregar a transcrição do vídeo aqui.
Aprender com a IA
“Aprender com a IA”, utilizando as ferramentas de IA para apoiar o ensino e a aprendizagem, poderá ser categorizado como: apoio ao sistema, apoio ao aluno e apoio ao educador.
A IA de apoio ao sistema integra ferramentas de IA projetadas para ajudar no recrutamento de alunos, no cronograma, nas finanças e em todas as outras tarefas administrativas nada glamorosas que as instituições educativas (escolas, universidades e instituições de educação de adultos) precisam de assegurar. Existem também algumas aplicações mais inovadores, como o HeadAI da Finlândia, que usa a IA para identificar tendências nas competências exigidas pelas empresas, para que as universidades e as instituições de educação de adultos saibam que cursos devem considerar em termos de oferta.
A IA de apoio ao aluno, por outro lado, é onde está a maior parte do entusiasmo e do dinheiro. Esta área tem sido investigada por mais de quarenta anos e agora “escapou” do laboratório para ser oferecida por um grande número de empresas financiadas por milhões de dólares em todo o mundo. Existem muitos tipos de IA de apoio ao aluno, sendo os mais proeminentes os chamados sistemas de tutoria inteligentes (ITS). Com eles, o aluno envolve-se num sistema online que fornece algumas informações, uma atividade e, possivelmente, um questionário. As respostas individuais do aluno (onde ele clica e o que responde) determinam a próxima informação, atividade e questionário que irá receber. Dessa forma, cada aluno segue o seu próprio caminho adaptado através do material disponibilizado para aprender. Como exemplo, um dos poucos ITS de uso gratuito é o Assistments, um programa de matemática. Outros tipos de IA de apoio ao aluno incluem sistemas de tutoria baseados no diálogo (usam uma abordagem socrática dialógica para o ensino e a aprendizagem - um exemplo da área da Educação de Adultos é o AutoTutor), avaliação automática da escrita (exemplos destes, como o e-Rater, estão a ser cada vez mais usados em avaliações padronizadas, especialmente nos EUA) e chatbots (que usam processamento de linguagem natural para fornecer respostas às consultas dos alunos - aqui está um exemplo, em vídeo, de um, chamado Ada).
Então, como é que as ferramentas de IA de apoio ao aluno podem contribuir especificamente para a Educação de Adultos? Na verdade, até o momento, quase todas essas ferramentas se centram na disponibilização de apoio aos alunos em idade escolar, em disciplinas como a matemática ou noutras disciplinas não interpretativas como a física ou as ciências da computação. Existem muito poucas que se focam especificamente na educação de adultos, seja formal, informal ou não formal. Existem algumas aplicações de aprendizagem de línguas para a aprendizagem não formal (como o Duolingo) e algumas que visam melhorar a escrita (como o Ecree), enquanto outras são projetadas para a aprendizagem no local de trabalho de competências específicas associadas à profissão (como a Area9).
No entanto, não tenho conhecimento de quaisquer ferramentas de IA que abordem as disciplinas vocacionais práticas ou que apoiem a aprendizagem baseada em problemas ou colaborativa. Todavia, para os alunos adultos que estudam competências básicas em literacia e matemática ou para aqueles que precisam das competências específicas de trabalho, as ferramentas mencionadas anteriormente poderão ser vantajosas. Em teoria, para os alunos adultos que tenham de ajustar a sua aprendizagem em momentos específicos do dia, entre seus compromissos de trabalho ou de cuidados, ou para os que estejam envolvidos em aprendizagem não formal ou informal, um tutor virtual equipado com IA (talvez nos seus telefones) poderia ser genuinamente útil - embora, além das mencionadas anteriormente, poucas dessas ferramentas estejam, atualmente, disponíveis. No entanto, ainda questiono a utilização dos chamados sistemas de tutoria inteligentes existentes em ambientes formais. Acho muito estranho que se espere que os alunos em espaços de aprendizagem social utilizem sistemas de IA que exijam que os alunos interajam quase exclusivamente com os seus ecrãs de computador individuais, inevitavelmente ignorando os colegas sentados ao seu lado e os seus educadores.
Resumindo, atualmente existem muito poucas ferramentas de IA de apoio ao aluno desenvolvidas especificamente para alunos adultos, seja para aprendizagem formal, informal ou não formal (exceto talvez as muitas aplicações de aprendizagem de línguas disponíveis) e ainda menos para a investigação.
A IA de apoio ao educador. Mas então o que dizer do terceiro tipo de “aprendizagem com a IA”, a IA de apoio ao educador, as ferramentas de IA que não substituem as funções do educador, mas que visam ajudar os educadores de forma direta? Na realidade, estou ciente de que existe apenas um tipo de IA de apoio ao educador, a curadoria automática de recursos, que é a IA que varre a Internet em resposta à consulta de um educador para identificar recursos de qualidade que possa utilizar no seu ensino – e aquelas que eu conheço (como a X5GON) ainda têm um longo caminho a percorrer antes de serem realmente úteis. No entanto, ferramentas como a X5GON têm o potencial de ajudar os alunos adultos envolvidos na aprendizagem não formal ou informal a encontrarem recursos que respondam aos seus interesses de aprendizagem específicos.
Fotografia: Michael Dziedzic, Unsplash
Aprender sobre a IA
O meu segundo bloco, “aprender sobre IA”, tem a ver com a forma como a IA funciona, as técnicas e tecnologias e como criá-la. Durante anos, universidades em toda a Europa e mais além ofereceram cursos numa variedade de assuntos de IA (incluindo temas como a análise de dados, a aprendizagem das máquinas, as redes neurais e assim por diante), permitindo que muitos diplomados ocupassem empregos extremamente bem pagos como cientistas de dados ou engenheiros de IA. Mas o que é que aconteceu com as escolas e a aprendizagem dos adultos? Nos últimos meses, a UNESCO tem mapeado currículos escolares de IA em todo o mundo, o que revelou que o ensino da IA nas escolas permanece relativamente incomum (este trabalho deverá ser publicado em dezembro de 2021).
No entanto, novamente, pouco foi projetado especificamente para as instituições de educação de adultos. É possível aceder a uma enorme variedade de cursos e tutoriais de IA pela Internet que qualquer adulto pode escolher fazer, na maioria das vezes gratuitamente. Um que é extremamente popular, que apresenta as tecnologias de IA e está disponível para todos os alunos, é o Elements of AI, da Universidade de Helsínquia. Outro, de França, é o ClassCode, que leva o utilizador a questionar, a experimentar e entender o que é IA.
Prepararmo-nos para a IA
O meu terceiro bloco, “prepararmo-nos para IA”, significa preparar todos os cidadãos para o impacto da IA nas nossas vidas. Isso inclui ajudar todos a lidar com questões como o exagero da IA, os preconceitos para com a IA, as notícias falsas e o impacto na privacidade e nos empregos. Embora essas questões estejam a ganhar cada vez mais atenção na academia (por exemplo, foi reconhecido que as alegações feitas relativamente à IA durante a pandemia não foram efetivamente concretizadas) e nos media (às vezes, graças a escândalos como aqueles que envolvem as corporações globais de Big Tech, como o Facebook), raramente são incorporadas em qualquer currículo de IA, seja para alunos de escolas ou para os adultos. Quando incluídas, tendem a ser agrupadas numa pequena secção sobre ética, uma vez que os temas técnicos da IA “mais interessantes” já foram estudados (para um exemplo, consulte o Elements of AI, mencionado anteriormente). Em vez disso, eu argumentaria que essas questões críticas deveriam ser parte integrante da “aprendizagem sobre a IA”, tendo os aspetos humanos igual atenção e estando estes intimamente ligados aos aspetos técnicos. Eu utilizo um terceiro bloco apenas para ter a certeza de que os aspetos humanos da IA não são esquecidos - o que geralmente sucede.
Para ser justo, a “preparação para a IA” nem sempre é ignorada. A UE está atualmente a desenvolver a versão mais recente do seu DigComp Digital Competence Framework, que analisa especificamente o impacto da IA nos seres humanos e as competências que todos os cidadãos deveriam ter para poderem lidar com as questões crescentes (deverá ser publicado em 2022). O Conselho da Europa também está a investigar o impacto do uso da IA na educação sobre os direitos humanos, a democracia e o Estado de Direito (que, mais uma vez, deverá ser publicado no próximo ano). Além disso, a UE criou um grupo de especialistas que procura aplicar as Ethics Guidelines for Trustworthy AI (que abordam questões como o respeito pela autonomia humana, considerações éticas, requisitos legais, prevenção de danos, justiça e explicação) na educação e na formação.
Estas iniciativas europeias são importantes, mas ainda não são bem conhecidas e os cidadãos devem ser informados das mesmas. Todos também precisam de oportunidades para obter os conhecimentos, as competências e as atitudes de IA recomendados pelo DigComp 2.2 e para se familiarizarem com as questões identificadas pelo grupo de especialistas da UE. Tudo isso, eu diria, é responsabilidade das instituições de Educação de Adultos, das universidades e das escolas - e deverá começar em breve.
Fotografia: Ari He, Unsplash
Para além do exagero
Tendo por base esta breve visão geral das conexões entre a IA, a Educação de Adultos, as escolas, e as universidades, volto agora à “IA de apoio ao aluno”, que é provavelmente o foco da maior parte da excitação e do exagero. Quais são as afirmações feitas pelas empresas de IA e de educação e como é que estas se posicionam?
Para começar, muitas empresas de IA afirmam que as suas ferramentas de educação com IA são inteligentes (afinal a palavra “inteligente” está bem no título). Mas não são. A realidade é que, hoje, nenhum sistema de IA se aproxima da inteligência humana: nenhuma IA entende realmente algo e nenhuma ferramenta de educação com IA é tão inteligente quanto um educador humano. Na verdade, como vimos, os sistemas de IA na educação são extremamente limitados no que cobrem e podem alcançar. Às vezes, podem PARECER inteligentes, mas estão muito longe de SEREM inteligentes. É tudo para inglês ver, e não nos devemos deixar enganar pelo marketing. No entanto, como reconheci, para os alunos adultos, algumas dessas ferramentas de IA podem ser vantajosas para utilizações específicas (como a literacia básica ou a aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar, adaptando-se aos alunos sem a presença de um educador humano).
Outra afirmação é a de que essas ferramentas irão reduzir o tempo despendido pelo educador, uma promessa que tem sido feita relativamente às tecnologias educativas há quase cem anos, mas que nunca se concretizou (Watters, 2021). É claro que a IA, como nos dizem, é diferente, e as ferramentas de IA irão finalmente reduzir o tempo despendido pelo educador. Eu sei que a maioria dos educadores - seja nas escolas ou na Educação de Adultos - adoraria uma ferramenta que substituísse a sua marca, mas é ignorado o facto de que nenhum sistema de IA é capaz da profundidade de interpretação ou da precisão da análise que um educador humano pode dar. Também é ignorado o quanto um educador aprende sobre um aluno quando lê o que ele escreveu, adquirindo perceções que nenhum painel alguma vez fornecerá. Então, talvez a IA economize o tempo do educador, embora haja poucas evidências disso, mas a que custo para a qualidade do ensino e da aprendizagem?
Uma terceira afirmação é a de que as ferramentas de IA oferecem uma aprendizagem "personalizada", uma abordagem que - assim o argumento continua - é melhor do que qualquer coisa que um educador humano pode fornecer (se não fossem "melhores", por que gastaríamos dinheiro com elas?). É algo que ouvimos sempre. Novamente, é uma ambição que existe há quase 100 anos, que ressurgiu mais recentemente em Silicon Valley: se podemos ter compras personalizadas na Amazon e uma visualização personalizada na Netflix, por que não poderemos ter uma aprendizagem personalizada? Mas isso perde-se completamente. Os chamados sistemas de tutoria inteligentes podem fornecer a cada aluno o seu próprio caminho individual através dos materiais, mas ainda conduzem cada aluno aos mesmos resultados fixos de aprendizagem de todos os outros. Para mim, embora haja alguns benefícios, esse é um entendimento fraco de personalização. A personalização real não tem a ver com caminhos, mas antes com ser capaz de ajudar cada aluno individualmente a atingir seu próprio potencial, a se autorrealizar, o que é algo que nenhuma ferramenta de IA existente faz. Tudo depende do que se pretende que a Educação de Adultos alcance. Alunos homogeneizados com muitos certificados em resultado de exames? Ou pensadores independentes, criativos e críticos, que sejam capazes de realizar o seu próprio potencial e as suas ambições e de contribuir de forma construtiva para a sociedade?
Além disso, essas ferramentas de IA adotam uma abordagem comportamental ou instrucionista extremamente primitiva para o ensino e a aprendizagem, que envolve informações fornecidas a conta-gotas, evitando o fracasso, e que ignora mais de sessenta anos de desenvolvimentos pedagógicos. E, ao fazerem isso, enfraquecem os educadores, transformando-os com frequência em meros facilitadores da tecnologia. Mais uma vez, não atinge o objetivo, ignorando as competências incríveis que os educadores humanos têm, que nenhuma ferramenta de IA pode replicar. Essas ferramentas também prejudicam a autonomia estudantil. O aluno não tem escolha a não ser fazer o que a IA exige, o que significa que não há oportunidade para que desenvolva competências de autorregulação ou de auto atualização. Mais ums vez, poderá haver alguns benefícios, mas, no essencial, estão longe de serem tão bons quanto muitos sugerem.
Finalmente, mesmo que rejeite as minhas preocupações, se acha que estou a fazer um alarido por nada, ainda não sabemos se alguma das ferramentas de IA realmente faz o que afirma fazer. A realidade é que quase nenhum produto de IA ou empresas de educação foram avaliadas de forma independente. É quase tudo marketing. Se as ferramentas de IA são tão boas, onde estão as evidências? Onde estão os ensaios robustos, independentes e controlados aleatoriamente? Quase nenhum.
Tudo um pouco negativo?
Até agora, poderá pensar que tenho sido excessivamente negativo quanto ao potencial da IA para a educação de adultos. No entanto, está claro que o que algumas ferramentas de IA podem alcançar é impressionante e os investigadores superaram alguns enormes desafios técnicos. Mas ainda assim as ferramentas são muito limitadas e frequentemente são altamente questionáveis (Holmes et al., 2019). Então, como poderemos garantir que tiraremos proveito da IA na educação de adultos para melhorar genuinamente o ensino e a aprendizagem?
Na atualidade, a maioria dos que desenvolvem a IA e a educação começa com a IA e olham em redor para verem que problemas podem ... consertar. Mas acho que precisamos de mudar. Precisamos de começar com os problemas que os Educadores de Adultos conhecem e depois pedir aos engenheiros de IA que utilizem as suas tecnologias extraordinárias para ajudar a resolver esses problemas específicos. Em qualquer caso, em vez de automatizar práticas pedagógicas más, os que desenvolvem a IA precisam de aproveitar os recursos incríveis da IA para inovar o ensino e a aprendizagem, sem comprometer a pedagogia ou os valores humanos, para capacitarem os alunos e os educadores e apoiar a inclusão e a equidade. Por exemplo, em vez de se usar a IA para facilitar os exames, como os polémicos sistemas de monitorização eletrónica afirmam fazer, como poderemos usar a IA para avaliar e credenciar a aprendizagem e, ao mesmo tempo, capacitar os educadores e aumentar a autonomia do aluno?
Em conclusão, apesar do potencial e do exagero, a IA ainda não fez muita diferença na educação de adultos. Conforme mencionado anteriormente, existem muitas ferramentas disponíveis que os Educadores de Adultos podem utilizar para desenvolverem competências básicas de literacia e de numeracia e algumas destinadas à aprendizagem de competências específicas para o trabalho. No entanto, a maioria das ferramentas de IA disponíveis que tratam de competências básicas são projetadas para crianças ou simplesmente automatizam práticas pedagógicas inadequadas (por exemplo, e-inspeção), subestimam as competências do educador (a IA de apoio ao aluno é normalmente a substituição do educador), reduzem a autonomia do aluno (por exemplo, o comportamentalismo), ou respondem a problemas que não são algo que um Educador de Adultos reconheceria como sendo especialmente importante. Em qualquer caso, como vimos, existem poucos ou nenhum exemplo de ferramentas de IA projetadas especificamente para alunos adultos.
Então, o que é preciso que aconteça? Na minha opinião, precisamos que os Educadores de Adultos e os que desenvolvem a IA trabalhem juntos. Em particular, precisamos de ajudar os educadores a ver como a IA poderia - se bem feita - transformar a pedagogia, melhorando-a, e precisamos de ajudar os engenheiros de IA a compreenderem as verdadeiras questões educativas em que se devem focar. Somente dessa forma, e essas discussões não podem ser breves, garantiremos que a IA na Educação de Adultos tenha em conta as necessidades reais e responda ao bem comum.
Fotografia: Drew Dizzy Graham, Unsplash
Questões para a discussão
As perguntas que se seguem foram elaboradas para uma discussão sobre os desafios e as possibilidades que a IA poderá oferecer tanto aos operadores de educação de adultos quanto aos alunos adultos. As perguntas podem ser utilizadas, por exemplo, num focus group ou numa reunião de equipa.
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Antes de ler este artigo, qual foi a primeira coisa que lhe veio à sua mente quando leu as palavras "inteligência artificial"?
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Agora que leu este artigo, poderá citar algumas aplicações de IA que encontramos regularmente nas nossas vidas diárias?
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Poderá explicar o que significa "aprender com a IA"?
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Que exemplos de ‘aprender com a IA’ encontrou?
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Explique o que se entende por IA de ‘apoio ao sistema’ e dê um exemplo.
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Explique o que significa IA de ‘apoio ao aluno’ e dê um exemplo.
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Explique o que significa IA de ‘apoio ao educador’ e dê um exemplo (lembre-se de que é necessário mais do que incluir um painel).
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Dê alguns exemplos de temas orientados para a tecnologia que possam ser incluídos num curso sobre ‘aprender sobre a IA’.
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Dê alguns exemplos de temas orientados para os humanos que estejam no bloco "prepararmo-nos para a IA", mas que devam ser integrados em qualquer curso sobre IA.
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Em termos gerais, o que irá incluir a nova parte da IA da iniciativa DigComp da UE?
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Em termos gerais, em que se concentra o Grupo de Peritos da UE em IA e Dados na Educação?
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Qual poderá ser o papel da Educação de Adultos na ‘preparação para a IA’?
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Acha que a IA é inteligente? Explique a sua resposta.
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A IA poderá reduzir o tempo despendido pelos educadores? Explique a sua resposta.
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As ferramentas de IA oferecem uma aprendizagem personalizada real? Explique a sua resposta.
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Como é que a IA enfraquece os educadores e reduz a autonomia do aluno?
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De que evidências precisamos para nos ajudar a decidir se as ferramentas de IA na educação de adultos funcionam?
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O que precisa de acontecer para se garantir que a IA apoie genuinamente o ensino e a aprendizagem, sem enfraquecer os educadores na redução da autonomia do aluno?
Licenças and Autoria
CONTEÚDO CC LICENCIADO, ORIGINAL
Artigo Artificial Intelligence and Adult Education. Beyond the hype. Editor: EPALE Autor: Wayne Holmes. Licença: CC-BY-4.0
VÍDEO Artificial Intelligence and its possible role in adult education. An interview with Dr. Wyne Holmes. Editor: EPALE Licença: CC-BY-4.0
CONTEÚDO CC LICENCIADO, PARTILHADO ANTERIORMENTE
Fotografia Female software engineer with projected code. Autor: ThisisEngineering RAEng Disponível em: https://unsplash.com/photos/8hgmG03spF4 Licença: Unsplash License
Fotografia Motherboard, Reverse Detail. Autor: Michael Dziedzic Disponível em: https://unsplash.com/photos/aQYgUYwnCsM Licença: Unsplash License
Fotografia em Neon Lights. Autor: Ari He Disponível em: https://unsplash.com/photos/euQVngjZGSI Licença: Unsplash License
Fotografia @Vinnybalbo @Dizzy_d718 Autor: Drew Dizzy Graham Disponível em: https://unsplash.com/photos/s4dfrh7hdDU Licença: Unsplash License
AI and education: guidance for policy-makers. Editor: UNESCO. Autores: Miao, Fengchun, Holmes, Wayne, Ronghuai Huang [author], Hui Zhang. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000376709 Licença: CC BY-SA 3.0 IGO
Class’ Code. Disponível em: https://pixees.fr/classcode-v2/iai/ Licença: CC-BY 2.0
The Digital Competence Framework 2.0. Autor: EU Science Hub Disponível em: https://ec.europa.eu/jrc/en/digcomp/digital-competence-framework Licença: CC-BY-4.0
Ethics guidelines for trustworthy AI. Autores: Directorate-General for Communications Networks, Content and Technology (European Commission), Grupa ekspertów wysokiego szczebla ds. sztucznej inteligencji. Disponível em: https://op.europa.eu/en/publication-detail/-/publication/d3988569-0434-11ea-8c1f-01aa75ed71a1 Licença: CC-BY-4.0
X5GON Disponível em: https://platform.x5gon.org/ Licença: CC-BY-SA 2.0
CONTEÚDO TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
HEADAI – The future of business intelligence. Disponível em: https://headai.com
Ada - Bolton College's AI Chatbot. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xXQ2bxQrKuQ Licença: Standard YouTube Licence
ETS. Disponível em: https://www.ets.org/research/topics/as_nlp/writing_quality Informação licenciada: https://www.ets.org/legal/terms/
AREA9 Lyceum. Disponível em: https://area9lyceum.com
Elements of AI. Disponível em:: https://www.elementsofai.com Licença: https://www.elementsofai.com/faq/how-is-the-content-licensed
Artificial Intelligence in Education: Promises and Implications for Teaching and Learning. Disponibilizado por: the Center for Curriculum Redesign Autores: Maya Bialik, Charles Fadel, Wayne Holmes Disponível em:: https://curriculumredesign.org/our-work/artificial-intelligence-in-education/
Teaching Machines: The History of Personalized Learning provided by MIT Press. Autor: Audry Watter Termos de utilização: https://mitpress.mit.edu/terms-use
ASSIGN ONLINE/AUTO TUTOR Disponível em: https://adulted.autotutor.org/course/view.php?id=2§ion=1
A Systematic Review on AI-based Proctoring Systems: Past, Present and Future. Autores: Aditya Nigam, Rhitvik Pasricha, Tarishi Singh Prathamesh Churi Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s10639-021-10597-x
O Autor
Wayne Holmes (PhD, Universidade de Oxford) é um investigador em ciências da aprendizagem e inovação que leciona na University College London. É um investigador consultor em Inteligência Artificial (IA) e em educação para a UNESCO e é membro do Comité Científico da Educação para o IRCAI (Centro Internacional de Investigação para a Inteligência Artificial). Esteve envolvido na educação ao longo de sua vida e trabalhou, durante muitos anos, em tecnologias educativas. Na última década, Wayne focou-se na IA e na educação - adotando uma abordagem de estudos críticos para o uso da IA para melhorar e compreender a aprendizagem, a sua ética e as implicações sociais. As suas publicações recentes incluem Artificial Intelligence in Education. Promise and Implications for Teaching and Learning (2019), Ethics of AI in Education: Towards a Community-Wide Framework (2021) e, para a UNESCO, AI and Education: Guidance for Policy-makers (2021). Wayne deu palestras sobre IA e educação para audiências em países de todo o mundo e tem contribuindo para o DigComp 2.2 e para o trabalho do Conselho da Europa sobre IA e educação.
Anexos
- Transcrição do vídeo
- OER (REA)
Comentário
This is the link to the AI…
This is the link to the AI strategy of the Malta College of Arts, Science and Technology (MCAST)
https://www.mcast.edu.mt/wp-content/uploads/AI-Strategy_Final.pdf
Mākslīgais intelekts izglītībā
Interesants un informatīvs raksts. Manuprāt, mākslīgais intelekts var atvieglot pedagogu darbu gan samazinot patērēto laiku administratīvām funkcijām, kā arī samazināt cilvēkfaktora ietekmi vērtēšanas procesā. Pieaugušajiem un jebkuram, kurš mācās, mākslīgais intelekts būtiski atvieglo informācijas apjoma apstrādi.