De julho a setembro de 2020, o foco temático da EPALE é a oferta de aprendizagem em competências básicas.

Desenvolver resiliência, assegurando competências básicas para todos: investir na oferta eficiente de competências básicas tem vindo a tornar-se crítico na era pós-COVID-19.

As competências básicas (literacia, numeracia e competências digitais) tornaram-se uma prioridade política na Europa e estão no centro da recomendação “Percursos de melhoria de competências”(“Upskilling Pathways”) adotada pelo Conselho Europeu em 2016. Aproximadamente 20% da população adulta na Europa enfrenta dificuldades na leitura, na escrita, na numeracia e na aplicação de ferramentas digitais e praticamente a mesma percentagem (22%) de adultos na UE possui qualificações de nível secundário ou inferiores, o que os coloca em maior risco de desemprego e de se tornarem socialmente vulneráveis. A “Upskilling Pathways” aborda esses problemas, incentivando os Estados-Membros a criarem políticas coesas que garantam um nível mínimo de competências básicas para todos e que ajudem as pessoas necessitadas a obterem pelo menos qualificações de nível secundário.

Contudo, a recente crise da COVID-19 lançou uma nova luz sobre a importância das competências básicas. Esta crise revelou a necessidade de tornar os cidadãos, as comunidades e as sociedades mais resilientes a desafios inesperados e disruptivos e mais capazes de se adaptarem rapidamente às mudanças face às circunstâncias. A pandemia de Coronavírus afetou áreas importantes da vida das pessoas, como a saúde, o trabalho, o bem-estar social e as finanças. Como resultado das medidas adotadas para lidar com a pandemia, muitos tornaram-se redundantes e outros tiveram subitamente de se tornar digitais de uma maneira não prevista. Para outros, tem sido muito importante o desenvolvimento de competências críticas em informações e media digitais, a gestão das suas finanças pessoais e familiares e a tomada de decisões financeiras. Para a maioria das pessoas, uma consequência óbvia da crise da COVID-19 foi a necessidade de processarem informações relacionadas com a saúde, a fim de entenderem a situação e de agirem de acordo com as medidas impostas pelas autoridades, evitando a disseminação da infeção.

Os europeus com baixos níveis de competências básicas estão cada vez mais vulneráveis ​​durante esse período crítico. Lidar eficazmente com esses desafios globais exige ações conjuntas de comunidades e sociedades. Garantir competências básicas para todos é um passo necessário para permitir que as sociedades combatam os desafios sociais, de saúde, ambientais e económicos atuais e futuros e implementem políticas eficazes que apõem a sustentabilidade das sociedades e economias europeias e que promovam um planeta mais saudável.

As competências básicas são transversais. Não são apenas relevantes para a política educacional, mas também para as políticas de emprego, saúde, social e ambiental. A criação de medidas políticas coesas que apoiem ​​as pessoas com necessidades básicas de competências é essencial não apenas para fazer dos “Percursos de Melhoria de Competências”  um sucesso, mas também para ajudar a construir sociedades mais resilientes e inclusivas.

De 16 a 17 de setembro de 2020 poderá participar na nossa discussão on-line sobre a oferta de aprendizagem em competências básicas.