David Lopez: A teoria sem prática é inútil, a prática sem teoria é perigosa

Breve biografia
Tendo sido professor, facilitador, formador, líder comunitário e presidente de diversas associações durante mais de 40 anos, é difícil descrever o meu trabalho em termos concretos. Estou firmemente empenhado na educação e na formação, na interculturalidade, na cultura e na dimensão internacional. Gosto de enfatizar a versatilidade do facilitador social, desde a conceção do projeto à implementação, da visão política ao trabalho diário.
A minha História
Tive a sorte de aprender as profissões de professor, de educador, de formador e de animador juvenil no trabalho. Trabalhei como facilitador numa biblioteca pública, com o objetivo de aproximar as pessoas da leitura, dos livros e da cultura, e aprendi a montar exposições, a criar folhetos e a organizar concertos com artistas nacionais e até internacionais. Também aprendi como entrar em contacto com associações locais para convidar pessoas e para lhes dar apoio.
Como professor/educador a trabalhar com jovens em grande dificuldade social, aprendi a gerir um grupo de 12 alunos na sala de aula que eram cautelosos em relação à escola e a inventar métodos baseados na minha experiência de educação não-formal. Descobri como apoiar esses jovens no internato. Ouvi as suas queixas, as suas ansiedades e presencie a sua violência.
Como facilitador num centro de férias, aprendi a gerir um orçamento, a gerir um grupo de líderes, a preparar menus e a planear compras e atividades. Depois formei gerações de facilitadores, diretores e gestores de centros de férias. Por fim, ao trabalhar no teatro com jovens com deficiência mental grave,
descobri os limites entre a realidade, o sonho, a ficção e a angústia de apresentar e de ser apresentado. Em resultado, aprendi como executar uma atividade teatral.
Mas tudo isto foi possível, em todas as ações, pelo apoio gentil de profissionais ou voluntários que me ajudaram a criar um caminho, a desenvolver um percurso formativo e de elevada qualidade. Seguiram-se uma série de cursos de formação profissional e académica, que me ajudaram a tornar-me gestor na economia social, trabalhando nas áreas da educação, do interculturalismo, da educação de adultos e das relações europeias e internacionais.
A teoria sem prática é inútil, a prática sem teoria é perigosa, como disseram outros formadores nas décadas de 1990 e de 2000.
Mas tudo isso foi antes.
Antes do advento da tecnologia digital, antes da individualização das relações com a sociedade e a educação e antes das convulsões sociais, culturais e económicas que se seguiram aos 30 anos de boom do pós-guerra.
Antes da transição do “nós” para o “eu”. Longe de mim dizer que “as coisas costumavam ser melhores”.
No entanto, a perspetiva de combinar a teoria e a prática num programa de formação está, muitas vezes, distante nos dias de hoje. Tanto as funções como a formação tornaram-se cada vez mais especializadas, criando fronteiras difíceis de ultrapassar.
E, no entanto, acho que existem algumas constantes importantes na educação. Estas estarão em jogo nos próximos anos:
- A educação deve fortalecer a coesão social. Independentemente dos métodos utilizados, a educação deve promover a vida em sociedade e permitir a emergência de seres livres, conscientes e críticos que façam parte de um mesmo destino.
- O apoio de uma pessoa (e não de uma máquina) será mais necessário do que nunca. Caso contrário, os alunos serão excluídos do processo de aprendizagem e de formação. Uma pessoa não pode simplesmente ser deixada sozinha diante de uma máquina ou de ferramentas de aprendizagem. Precisamos de partilhar ideias e de nos ajudarmos uns aos outros a aprender.
- O aluno deve estar no centro do processo educativo, interagindo com os outros e com os formadores. A construção do sistema educativo deve ser abrangente. A comunidade educativa é considerada em sentido mais lato (pais, intervenientes locais, empresas, etc.).
- Finalmente, a mudança para além das fronteiras reais ou pessoais deverá permitir que os indivíduos compreendam melhor as questões em jogo. Aprender línguas e viajar dentro e fora da Europa é essencial para evitar o afastamento e o surgimento de formas de exclusão. Esta mudança individual e coletiva é essencial.
- As competências transversais (a educação em democracia, o saber como comportar-se em grupo, como ter a palavra, etc.) devem complementar as competências básicas específicas das disciplinas.
Practice makes perfect
Currenty being involved in a project where mostly practice forms you into a professional worker, I clearly see how important theory is. While doing mostly real-life practice, I come across so many questions, that anyways, you start looking for books, theories and become an active listener to your lecturers. Most importantly, you find your inner motivation (which is the driving force for everyone) for learning and getting better in practice. Practice makes perfect, right?
However, the stress and anxiety of doing the job without theory and experience behind, sometimes is just too much to handle. Doing the job is a solo performance, so sometimes I find myself questioning my choice and my abilities.
But, as the author stressed, the learning is a shared process between many stakeholders. And I am very thankful for all the mentors and teachers I have been introduced and the advice I have been given by them.
So cheers to those who we share our learning journey with!