Pobreza: Não é assim tão simples!


Neste novo episódio da rubrica “Isto não é assim tão simples”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), é abordado o tema da pobreza com a presença de Esther Duflo, economista e Prémio Nobel da Economia em 2019, devido ao seu trabalho sobre o combate à pobreza extrema.
Na entrevista, assegurada pelo jornalista Pedro Pinto, durante aproximadamente 30 minutos, Esther Duflo define o que é a pobreza extrema, utilizando a métrica do Banco Mundial (aproximadamente 1,85 euros por dia para fazer face a todas as necessidades), acrescentando que esta é “multidimensional”, ou seja, não tem só a ver com a posse de dinheiro, mas também com a falta de educação ou de saúde.
Para combater a pobreza extrema, defende uma atitude pragmática, com pequenas ações, que poderão ter grandes impactos. No seu entender, no combate à pobreza a abordagem deve ser a que é usada por um canalizador que faz experimentações até chegar à solução do problema.
A economista fala ainda da correlação existente entre pobreza, saúde e educação, dando o exemplo de um estudo experimental realizado no Quénia. Aqui, a simples desparasitação interna das crianças (com um custo equivalente a 50 cêntimos por criança, por ano) tinha um impacto na saúde e na educação. O absentismo escolar diminuía e a longo prazo essas pessoas registavam percursos mais bem-sucedidos com um incremento de rendimentos.
A imigração é outro dos assuntos abordados, sendo referido o “saldo positivo” que esta representa para o desenvolvimento e progresso das sociedades, contrariamente ao que, por vezes, é veiculado.
O fenómeno migratório é ainda associado às desigualdades crescentes no mundo, agravadas pelas alterações climáticas. Esther Duflo relembra que quem mais polui são os países mais ricos e que os mais afetados são os países mais pobres que, por sinal, são os que menos poluem.
Aos políticos deixa o conselho de abandonarem “uma profunda desconfiança em relação aos pobres”, com reflexo nas leis e nas políticas implementadas. Por fim, apela para que tenhamos consciência da necessidade de alterarmos comportamentos e para que haja empatia pelos mais desfavorecidos.
Saiba mais e assista ao episódio aqui.
