Número de projeto: 2024-2-HU01-KA220-VET-000294403

Orientação: Mais do que apenas formação

Muitas instituições modernas de ensino profissional utilizam a formação como principal método para orientar os estudantes na educação para o empreendedorismo. No entanto, a investigação empírica mostra que a utilização exclusiva do coaching como forma de orientação não produz os resultados desejados. Neste artigo, respondemos à pergunta: como é que um professor pode apoiar melhor os alunos no ensino do empreendedorismo profissional?

Evolução do aluno

Os alunos de hoje estão sujeitos a um stress significativo resultante de estímulos constantes na sua vida quotidiana. Este stress afeta negativamente a sua autorregulação (Wiekens, 2014). Para além disso, o desequilíbrio entre o striatum e o córtex pré-frontal leva a uma  maior impulsividade e a uma maior frequência de comportamentos de  risco nos estudantes (Somerville & Casey, 2010). Estes são fatores críticos que sugerem que a autorregulação eficaz é um grande desafio para os alunos. Além disso, muitos alunos apresentam atualmente um locus de controlo externo, o que dificulta o desenvolvimento da aprendizagem autónoma. Por outro lado, explorar em conjunto a motivação de um formando tem um impacto positivo na auto-direção (Leary, 2012). Esta paixão torna-se então a base para a formação no sentido de compreender o “porquê” por detrás do comportamento de um aluno, o que impulsiona as suas ações (Sinek, 2013).

Aprendizagem da autorregulação: (Ver imagem)

O Professor Ziehe defende que os professores devem encorajar os alunos a explorar o desconhecido, atuando como guias que lhes apresentam novos ímpetos e ajudam a aprofundar a sua vocação para o empreendedorismo. O diagrama seguinte ilustra a forma como os professores devem adaptar a sua abordagem de orientação com base na fase de desenvolvimento de um aluno:

- 1) Quadrante inferior direito: O aluno deve ser ativamente abordado e orientado pelo professor. O papel principal do professor é iniciar o aluno na procura de uma motivação para o empreendedorismo.
- 2) Quadrante superior direito: O aluno precisa de apoio para descobrir a motivação subjacente às suas ações, o que, em última análise, contribui para se tornar um empresário de sucesso. A orientação é fundamental neste caso; o professor coloca questões sem dar respostas.
- 3) Quadrante superior esquerdo: O aluno é cada vez mais capaz de tomar decisões de forma autónoma, com o professor a assumir um papel de apoio e a supervisionar apenas minimamente o processo e as decisões empresariais.
- 4) Quadrante inferior esquerdo: O aluno é capaz de tomar decisões de forma autónoma e tem uma motivação intrínseca totalmente desenvolvida para prosseguir o empreendedorismo por si próprio. O professor limita-se a monitorizar o progresso.

Orientação situacional

Com base no modelo de liderança situacional (Blanchard & Zigarmi, 2014), os professores devem adotar papéis diferentes consoante a situação. Dependendo do ponto em que o aluno se encontra atualmente no seu desenvolvimento empresarial, é necessária uma forma específica de orientação. Isto significa que os professores devem possuir uma vasta gama de competências para apoiar plenamente os estudantes ao longo do seu percurso. É importante notar que o modelo acima não é linear; embora o nível de autorregulação de um aluno siga normalmente um padrão de crescimento, haverá momentos de regressão. Por conseguinte, um professor deve monitorizar continuamente em que quadrante se encontra um aluno e ajustar a sua orientação em conformidade. Para os professores, a orientação situacional na educação para o empreendedorismo significa estar consciente da fase de desenvolvimento de um aluno e aplicar a forma adequada de apoio que satisfaça as suas necessidades (muitas vezes inconscientes) nesse momento.

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