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RECURSOS

Estado da Nação: educação, emprego e competências em Portugal 2024

TreeImage.
Dora SANTOS

Disponível no site da Fundação José Neves, o relatório Estado da Nação 2024, “traça um retrato sobre o estado da Educação, Emprego e Competências em Portugal referente ao ano de 2023, apresentando metas aspiracionais para 2040”.

Sendo esta a 4.ª edição deste relatório, o mesmo inicia com uma atualização quanto à posição de Portugal em indicadores-chave da educação, do emprego e do alinhamento da educação com o emprego. De seguida, o enfoque é dado ao impacto da educação no emprego e nos salários e também da digitalização e da Inteligência Artificial “na composição do trabalho, equacionando o aparecimento de um novo mercado de trabalho português”.

De acordo com o descrito no relatório, em 2023 foi registada uma “trajetória de evolução positiva” nalguns indicadores-chave, como o aumento da taxa de emprego dos recém-diplomados e um “ligeiro crescimento da proporção de adultos que participaram em programas de Educação e Formação”, assim como um “decréscimo da proporção de adultos sem Ensino Secundário completo”. No entanto, “é de assinalar o decréscimo da proporção de jovens adultos com Ensino Superior” ou “a perda de uma posição de Portugal no peso do emprego em setores intensivos em conhecimento e tecnologia face aos restantes países da UE-27”, não obstante o mercado de trabalho ser agora mais qualificado. Trata-se de uma “recomposição” que, de acordo com o relatório, prende-se, em grande medida, “com o crescimento do peso de setores mais intensivos em conhecimento e tecnologia, com profissões qualificadas na área de gestão e das TIC e associadas a tarefas mais administrativas que ganharam peso no emprego nos últimos anos”.

Quanto ao desemprego entre os jovens, em particular dos detentores do ensino superior, o relatório regista uma recuperação para os níveis verificados no período pré-pandémico e o facto de serem os detentores do ensino superior os que apresentavam, em 2023, uma taxa de desemprego inferior, “o que sugere uma valorização crescente das qualificações superiores dos trabalhadores”, refere o relatório.

O ensino superior revelou-se igualmente vantajoso no que toca a aumentos salariais. Diz o relatório, no seu sumário executivo, que “o salário médio, em 2023, ainda foi, em termos reais, inferior ao registado em 2021 e praticamente igual ao salário de 2020”. Os aumentos salariais dos últimos anos não acompanharam o aumento da inflação. “Não obstante, os salários cresceram mais para os trabalhadores jovens diplomados do Ensino Superior que beneficiaram da maior variação do salário real, que cresceu 7%, fixando-se em 1.180€, o valor mais elevado desde 2012”. Além disso, o relatório acrescenta que “comparativamente aos jovens com apenas o Ensino Secundário, os diplomados do Ensino Superior apresentam uma clara vantagem, sendo que o ganho adicional foi, em 2023, de 34%. Também entre a população em geral, dos 18 aos 64 anos, a vantagem salarial do Ensino Superior em relação ao Ensino Secundário foi significativa, sendo, em 2023, de 49%”.

No que respeita ao ensino profissional, é destacada a sua crescente valorização pelos empregadores e pelos jovens portugueses. Em 2023, um em cada três jovens no ensino secundário frequentava um curso profissional e grande parte destes em áreas ligadas à tecnologia e à digitalização. Contudo, o relatório dá ainda conta de “preconceitos” e de “debilidades” neste ensino, tendo presente os resultados do PISA 2022, o que leva a Fundação José Neves a constatar que “se, por um lado, o Ensino Profissional se afigura como um potencial parceiro na transição digital de Portugal, por outro lado, fica patente a necessidade urgente de valorizar socialmente este tipo de ensino” e de “reforçar iniciativas que possam contribuir para uma franca melhoria do desempenho destes alunos”.

Analisando o mercado de trabalho, o relatório constata que “a intensidade digital do emprego tem vindo a decrescer no período após a pandemia. Ainda assim, entre os mais jovens, a intensidade digital do emprego mantém-se alta, sobretudo entre mestres e doutores, sendo associada ao tipo de atividades profissionais que desempenham”. Esta intensidade tem determinado a transformação da estrutura de emprego, verificando-se que são as profissões mais digitais as que adquirem mais peso no emprego. 

Outro fator que contribuiu para a reestruturação do emprego prende-se com a possibilidade de trabalhar a partir de casa. Em 2023, “11 em cada 100 trabalhadores portugueses trabalhavam em casa de forma regular e com recurso a TIC”. 

Outro destaque deste relatório vai para o facto de serem as empresas com maior digitalização as que apresentam mais produtividade e as que pagam melhores salários. 

Em acréscimo, é em profissões associadas às áreas administrativas, financeira e de gestão, na psicologia e no direito que os trabalhadores portugueses estão mais expostos à Inteligência Artificial (IA). Interessante é ainda perceber o perfil dos mais expostos à IA: mais mulheres (20,9%) do que homens (16,0%), com maiores habilitações escolares e mais bem pagos.

Este índice de exposição à IA é diferente do índice de vulnerabilidade à IA, sendo este “crucial para mitigar os desafios que se aproximam”.

Com um olhar posto no futuro, o relatório encerra com as metas aspiracionais da Fundação José Neves para 2040. De entre estas destacam-se: “15% dos adultos com baixa escolaridade” - diminuição de 26 pontos percentuais nos adultos com baixa escolaridade, face a 2023 (40,6%); “60% de jovens adultos com ensino superior” - aumento de 19 pontos percentuais nos jovens adultos com ensino superior face a 2023 (40,9%); e “25% de adultos a participar em educação e formação” – aumento de 12 pontos percentuais face a 2023 (13,4%).

No domínio da educação, as ações mais urgentes para atingir estas metas passam por “estimular a presença dos jovens no Ensino Superior”, por “promover o Ensino Profissional junto da sociedade civil e do mercado de trabalho, sublinhando o seu significativo contributo no sucesso da transição digital em Portugal” e pela “implementação de estratégias com vista à recuperação dos resultados do PISA 2022”.

Já no domínio do alinhamento entre a educação e o emprego, destaca-se como urgente “fomentar a aprendizagem ao longo da vida junto dos jovens e dos adultos, reforçando o retorno salarial do aumento das qualificações no mercado de trabalho”; “promover a formação contínua e a requalificação profissional para adaptar os trabalhadores às novas realidades tecnológicas”; “criar iniciativas que aproximem as instituições de educação e formação do mercado de trabalho, de modo a ajustar as ofertas educativas e formativas às reais necessidade do mercado de trabalho” e “continuar a incentivar a transição dos alunos do Ensino Profissional para o Ensino Superior, especialmente em áreas tecnológicas e digitais”.

O relatório incorpora ainda 4 medidas tidas como urgentes no domínio do emprego.

Aceda à totalidade do relatório aqui: https://drive.google.com/file/d/1FUG9J0BGuOJqnJ6YzDPMlbzG2fAYpEQG/view?pli=1

 

Resource Details
Autor do recurso
Fundação José Neves
Tipo de recurso
Estudos e relatórios
País
Portugal
Data de publicação
Língua do documento
Português
Attachements
Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal - 2024.
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