A preponderância das competências pessoais, sociais e de «aprender a aprender” na divulgação de oportunidades de formação

No ano de 2006, o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia adotaram uma recomendação sobre as competências essenciais para a aprendizagem ao longo da vida que se tornou uma referência para o desenvolvimento da educação, formação e aprendizagem orientadas para a aquisição de competências. No entanto, devido ao aumento da automatização dos postos de trabalho, à presença crescente das tecnologias em todas as áreas do trabalho e da vida, e à relevância cada vez maior das competências de empreendedorismo, cívicas e sociais para garantir a resiliência e a capacidade de adaptação à mudança, houve necessidade de se rever esta mesma recomendação. Por conseguinte, a recomendação de 22 de maio de 2018 sobre as Competências Essenciais para a Aprendizagem ao Longo da Vida tomou o seu lugar (Jornal Oficial da União Europeia, 2018).
Este novo documento estabelece oito competências essenciais que são assim definidas porque contribuem para a empregabilidade e inclusão social dos indivíduos. Entre estas competências, destacam-se as competências pessoais, sociais e capacidade de “aprender a aprender” (PSA) que se definem como “a capacidade de refletir sobre si próprio, de gerir eficazmente o tempo e a informação, de colaborar de forma construtiva, de manter a resiliência e de gerir a sua própria aprendizagem e carreira. Incluem a capacidade de lidar com a incerteza e a complexidade, de aprender a aprender, de velar pelo bem-estar físico e emocional próprios, de conservar a saúde física e mental, de levar uma vida saudável e orientada para o futuro e de sentir empatia e gerir conflitos num contexto inclusivo e favorável.” (Jornal Oficial da União Europeia, 2018).
Dada a esfera de influência desta competência, o projeto Master optou por selecioná-la enquanto ferramenta de trabalho e força promotora capaz de incentivar o regresso de adultos com poucas qualificações à educação formal, às oportunidades de formação, e em última análise, ao mercado de trabalho.
Por conseguinte, se por um lado, o projeto aposta no desenvolvimento da competência assinalada, por outro lado, foca-se na criação de uma estratégia de divulgação multilateral adaptada às necessidades e características de três grupos-alvo distintos: desempregados de longa duração; adultos socialmente vulneráveis e adultos de origem migrante.
Por outras palavras, o [projeto] Master propicia a capacitação do adulto através do desenvolvimento de metodologias de autoavaliação que este pode usar a título individual para melhorar o seu autoconhecimento e consequentemente a sua competência PSA. Ao mesmo tempo que fomenta a criação de novas formas de divulgação baseadas no entendimento que os próprios grupos-alvo têm de si mesmo. Por sua vez, tal melhora o desempenho da abordagem que as entidades relevantes usam para envolver esta tríade de adultos em atividades de aprendizagem. Ou seja, o projeto potencia a confluência de duas forças que pretendem almejar o mesmo fim: mitigar/eliminar determinados obstáculos que impedem adultos pouco qualificados de aceder a oportunidades de formação e educação. Abaixo, apresenta-se um esquema que ilustra esta mesma explicação.

Em conclusão, podemos dizer que o Master intervém a favor do desenvolvimento pessoal e profissional de grupos de alguma forma desfavorecidos e contribui para o reforço das capacidades assim como a melhoria de resultados que as entidades prestadoras de serviços de Educação de Adultos obtêm no campo da divulgação e atração de aprendentes para as suas atividades.