lli Rikkola: aprender algo novo é fundamental para o ser humano
Breve biografia
Sou estudante de mestrado na Universidade de Tampere, com especialização em aprendizagem ao longo da vida. De momento, estou a realizar um estágio na Agência Nacional Finlandesa de Educação (EDUFI). Na minha opinião, a aprendizagem acontece em qualquer lugar e em qualquer momento. Antes dos meus estudos atuais, trabalhei em educação e cuidados infantis e em serviços sociais. Nestes locais de trabalho, a aprendizagem, o crescimento e o desenvolvimento estiveram presentes tanto no trabalho com clientes, como com colegas e outras partes.
A minha história
Acho que é desafiador dizer quando aprendi algo pela primeira vez. Desde o ensino básico, lembro-me claramente dos momentos em que praticava a escrita do alfabeto ou quando o professor fazia provas de leitura para toda a turma. Não acredito que nessa época tenha vivenciado a aprendizagem como atualmente. Enquanto criança, era importante aprender a comportar-me como as outras crianças, para não perder o círculo de amigos. Por outras palavras, a aprendizagem aconteceu cedo com diferentes propósitos para a vida.
Sempre me interessei por fenómenos sociais. Após a educação básica, senti-me perdida por um momento e procurei um caminho para seguir em frente. No final, decidi estudar ciências sociais e fiz os meus primeiros cursos em crescimento, aprendizagem e desenvolvimento humano. Após esses estudos, trabalhei como educadora de infância e percebi como as crianças têm uma forma única de se entusiasmarem e de encararem o mundo de olhos abertos. Esta visão do mundo era algo que eu queria ter. Nesta altura da vida, também comecei a perceber que, no futuro, quero apoiar os outros no seu percurso, rumo ao crescimento, à aprendizagem e ao desenvolvimento.
Mais adiante, entusiasmei-me sobretudo pelo setor da educação. Decidi ler mais sobre cursos em educação numa universidade aberta e, de forma um tanto irremediável, acabei num novo mestrado na Universidade de Tampere. Agora, quando penso neste percurso, acho que fiz a escolha certa. A minha opinião é que nós, profissionais de educação, temos um papel altamente central neste mundo. Talvez as nossas competências ainda não sejam amplamente reconhecidas tanto quanto poderiam ser. Se me perguntarem, estas competências poderiam ser utilizadas em vários lugares. Durante algum tempo, após os meus primeiros estudos, também trabalhei como assistente social com jovens adultos. As minhas tarefas consistiam em apoiar os jovens adultos na prática de novas rotinas que facilitassem o seu bem-estar. Como, em simultâneo, estudava educação, vi como a perspetiva educacional apoiava o meu trabalho enquanto assistente social. Acredito que os temas do crescimento, da aprendizagem e do desenvolvimento estão sempre presentes quando pretendemos mudar ou desenvolver algo em nós mesmos ou nas nossas comunidades.
Então, por que estão os cientistas da educação muitas vezes ausentes? Naturalmente, também existem outras áreas profissionais com conhecimentos cruciais, por isso sou totalmente a favor da cooperação intersetorial! Além disso, estou convicta que especialmente os profissionais de educação de adultos têm muitas competências-chave relacionadas com o sistema educativo, a sua avaliação, o impacto das temáticas políticas na educação, a interação social e a responsabilização individual pelas escolhas a fazer.
Todos podemos aumentar a compreensão dos temas que mais nos interessam. Ultimamente, tenho lido diferentes temas filosóficos educacionais e questões sobre valores, responsabilização individual, fenómenos sociais e temas de interação social. Os meus estudos proporcionaram ótimas ferramentas para o trabalho intersetorial, conduzido pelo conhecimento e pelo processamento de informação eficiente e de elevada qualidade.
Durante o meu estágio na EDUFI, foi interessante aprender como um interveniente central, a nível nacional, opera no campo. Foi um prazer fazer parte do desenvolvimento de novos serviços digitais centralizados para a aprendizagem contínua. As minhas tarefas têm sido muito interessantes e educativas e tenho a sensação de estar genuinamente integrada na equipa. O estágio clarificou bastante que a aprendizagem contínua é uma necessidade urgente dos profissionais de educação! Aprendi a reconhecer melhor as minhas próprias competências prévias, as adquiridas com os estudos e com a minha experiência anterior de trabalho.
O meu percurso, bem como o dos outros, consiste em acumular experiências de aprendizagem em diferentes áreas da vida. Aprendemos algo novo, enquanto desistimos, constantemente, de outras coisas. Na minha opinião, isto é fundamental para se ser humano.