Going for Growth 2021 - shaping a vibrant future
Esta publicação, lançada a 14 de abril pela OCDE, assume que a recuperação pós-pandemia cria novas oportunidades para uma “recuperação vibrante”. De acordo com os autores desta publicação, os decisores políticos podem “moldar a recuperação para impulsionar o crescimento, aumentar a resiliência e a inclusão e melhorar a sustentabilidade ambiental”.
Going for Growth 2021 apresenta as prioridades estratégicas específicas de cada país para a recuperação, assumindo que não existe uma estratégia única para todos. Em todo o caso, são fornecidas orientações que os países podem seguir, agrupadas em três pilares: criação de resiliência e de sustentabilidade; facilitação da realocação; e apoio às pessoas entre transições.
Com respeito ao terceiro pilar, a publicação refere que a pandemia tem vindo a acelerar a digitalização, principalmente devido ao aumento do recurso ao teletrabalho e às compras online. Isto traz oportunidades para reavivar o crescimento da produtividade através da adoção da tecnologia, mas também acarreta alterações nas relações e práticas de trabalho que agravam o fosso digital entre os que têm e os que não têm competências digitais.
No sentido de minimizar os problemas, as políticas deverão proporcionar apoio às pessoas nas transições entre empregos, dotando-as de competências e disponibilizando-lhes oportunidades de educação. Uma formação relevante para o mercado de trabalho e a aprendizagem ao longo da vida agilizam o regresso a um emprego de qualidade e aumentam a resistência às adversidades.
Relativamente a Portugal, a publicação apresenta as seguintes recomendações (associadas a prioridades):
- reforço da proteção social do emprego não-convencional para reduzir a precariedade e a pobreza;
- aumento das competência para melhorar a produtividade, fomentar a criação de empregos de qualidade e melhorar a equidade e o bem-estar;
- aumento da competitividade nos setores não industriais para fomentar a competitividade das exportações e a produtividade;
- redução do elevado endividamento das empresas para aumentar o investimento e promover a criação de emprego;
- redução de isenções e de taxas especiais para promover a eficiência do sistema fiscal e fortalecer a sustentabilidade das finanças públicas.
São ainda referidos os recentes progressos em termos de reformas estruturais na educação e formação. A publicação salienta que Portugal continua a melhorar os mecanismos para a garantia da qualidade na EFP e a avaliação das necessidades de competências. Registam-se igualmente progressos ao nível dos diplomados do ensino superior, na redução das retenções e nas taxas de abandono escolar, aproximando Portugal da média europeia.