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A literacia para os media para adultos deve capacitar

Vendo em detalhe a última discussão online sobre “Literacia para os media para adultos”: como avaliar criticamente as informações e as fontes?

Media literacy education for adults should be empowering

Photo by Raphael Ferraz

A discussão da EPALE “Literacia para os media para adultos - por que é importante agora?” focou-se na necessidade de se desenvolver a literacia para os media, considerando os rápidos desenvolvimentos tecnológicos e as condições sociais em constante mudança. Neste contexto, ocorrem diversas dinâmicas de comunicação que dão origem a vários desafios, tais como a má informação, a falta de informação, a desinformação, o discurso de ódio e a propaganda.

Durante a discussão da EPALE, as especialistas Heini Huhtinen (MA), editora-chefe, e Anne Tastula (MA), editora da Elm Magazine, apresentaram e discutiram uma diversidade de tópicos, como o conceito de media e de literacia para os media, o trabalho do Grupo de Especialistas em Literacia para os Media da Comissão Europeia, bem como o aumento da desinformação, que, entre outros assuntos, destaca a importância e a necessidade de se cultivar a literacia para os media. Nesse sentido, surgiu a noção de democracia, que foi ainda mais enfatizada com o projeto Palestina, apresentado pelas especialistas. A discussão prosseguiu com a literacia para os media para adultos e os melhores métodos utilizados nas práticas educativas de literacia para os media.

No conjunto de questões, bem como no feedback proporcionado, foi reconhecido que os adultos constituem um grupo bastante exigente para se trabalhar, uma vez que têm várias experiências prévias. Outro ponto levantado, durante a discussão da EPALE, prendeu-se com a identificação das pessoas que necessitam de educação e como integrá-las, sendo a literacia para os media bastante fragmentada. Além disso, as competências críticas foram destacadas em vários comentários pelos participantes. Quando falamos em competências de literacia para os media e digitalização, não devemos esquecer a essência: como avaliamos criticamente as informações e as fontes? Como podemos abordar e integrar competências críticas em ambientes online? Conforme descrito por um participante: “No mundo de hoje, onde o acesso à Internet e à informação está ao nosso alcance, o pensamento crítico que anda de mãos dadas com a literacia para os media é muito importante. O propósito do pensamento crítico não é criticar, mas sim ser capaz de criar distância, de pensar porquê e como essa informação chega até mim e se, de alguma forma, posso verificá-la ou perceber qual é a fonte da informação”

Os temas adicionais que surgiram trazidos pelos participantes e que devem ser mais explorados prendem-se com quem é / deve ter a responsabilidade de proporcionar a educação para a literacia para os media e qual é o impacto dos ambientes informais nas práticas de literacia para os media para adultos. Por exemplo, um participante afirmou: “Acho que a literacia para os media deve ser desenvolvida já nos anos escolares. Na educação de adultos podemos continuar, mas se não tivermos a base para o pensamento crítico e para a literacia para os media, será muito difícil falar sobre o seu desenvolvimento”.

Os participantes partilharam várias perspetivas e recursos, como estudos de caso, projetos, guias e estruturas.

Alguns relatórios esclarecedores:

Algumas estruturas de orientação:

  • O quadro Critical Media Literacy Framework, desenvolvido por Jeff Share, Steven Funk e Douglas Kellner, fornece um conjunto de 6 perguntas a colocar ao consumir (ou também produtor) de conteúdos para os media (também em alemão)
  • Media Literacy Competence Model 2021 baseia-se no Media Literacy Competence Model 2012 e disponibiliza oito competências de literacia mediática e dez áreas nas quais os indivíduos podem alcançar resultados tangíveis com o uso dos media.
  • Guide to digital skills for adult education é dirigido a professores, supervisores, clientes e organizações (voluntárias) que desenvolvem e asseguram formação e cursos em competências digitais para adultos pouco escolarizados e com baixa qualificação digital.

Alguns projetos interessantes:

  • a campanha Age concerns us implementada na Eslováquia com o objetivo de criar resistência à manipulação em ambiente online, fornecendo aos idosos informações sobre as armadilhas da Internet, como os boatos e as conspirações
  • o projeto Silver Civic Education visa preparar ferramentas para educadores que trabalham com pessoas com mais de 60 anos
  • o projeto MeLi Parents visa colmatar a lacuna política em relação às iniciativas de literacia para os media destinadas aos pais, criando um programa de formação e ferramentas de apoio para a educação para os media
  • European MediaCoach initiative, em Portugal, visa melhorar os níveis de literacia mediática entre os jovens através da preparação de um grande conjunto de profissionais da literacia mediática que trabalham com jovens em escolas, centros juvenis e em contextos não formais, como bibliotecas e museus
  • o projeto TeDiCom - Teaching Digital Competences in Adult Education organizou o workshop “Pensamento Crítico enquanto competência para o século XXI”
  • EMI project, que faz parte do plano nacional EMI do Ministério da Cultura, visa implementar ações pedagógicas de formação de mediadores EMI para adolescentes e jovens adultos.

Por fim, a discussão terminou com uma pergunta desafiadora feita por um participante sobre a situação futura, uma “previsão” sobre o uso dos media nos próximos 10 anos. Mesmo que ninguém possa dar respostas claras sobre o futuro, Heini Huhtinen destacou que os media já influenciam o nosso dia-a-dia, por exemplo, na forma como fazemos amigos, como nos apaixonamos e em geral na forma como interagimos com outras pessoas. Estes constituem bons exemplos de como os media digitais são incorporadas em muitos aspetos das nossas vidas e como mudam a maneira como nos relacionamos connosco mesmos e também com os outros. Focando a sua especialização em jornalismo, Heini descreveu dois cenários futuros: no primeiro, positivo, os media criariam conteúdos mais personalizados e seriam mais transparentes, tendo por base valores éticos. No segundo cenário, mais pessimista, os media intensificariam a polarização, o que levaria as pessoas a ficarem limitadas nas suas bolhas de informação mediática.

No entanto, a conclusão básica é que a educação para a literacia para os media para adultos deve capacitar. Não se deve focar apenas nas dificuldades existentes no mundo digital. Pelo contrário, deve capacitar os indivíduos no sentido de, enquanto cidadãos, poderem tornar-se mais conscientes dos conteúdos que encontram e navegar com segurança nas redes sociais.

Mesmo que haja muitas ameaças e desafios, é importante lembrar que há muito trabalho interessante feito que deve ser partilhado, para que todos possam aprender uns com os outros. Um desses trabalhos é o Recurso Educativo Aberto desenvolvido por especialistas que aborda um conjunto de questões e tópicos desafiadores que devem ser considerados de antemão nas práticas de literacia para os media sempre que se trabalha com adultos.

Esperamos encontrá-lo(a) nas próximas discussões da EPALE.

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Comentário

W opozycji do fali fake newsów powstają nowe portale dementujące takie zjawisko. Czyli potrzeba tworzy wynalazek, niestety trochę po czasie. Wydaje mi się, że edukacja medialna jest tutaj podstawą, żeby ludzie byli krytyczni, a przez to odporniejsi. Myślę, że edukacja medialna powinna być nastawiona na metodyczny proces weryfikacji informacji. To nie sztuka dać skomplikowane narzędzia, ale w praktyce potrzebujemy prostych metod, aby szybko reagować i móc się bronić. Wyszukiwarki fake newsów są przydatne, ale jednocześnie to doraźne lekarstwo nie likwidujące przyczyny.

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Krytyczne podejście do źródeł informacji w obecnych czasach staje się jedną z kluczowych umiejętności. Widzę ogromną potrzebę edukowania w tym obszarze już od wczesnej młodości, ale dotyczy to oczywiście także dorosłych. Myślę, że to też kwestia przystępności komunikatów kierowanych do odbiorców mediów. Mało który z potencjalnych czytelników czy widzów jest w stanie przyswoić sobie naukowy język. Dobrym przykładem na to, jak w atrakcyjny i zrozumiały sposób rozprawiać się z fałszywymi teoriami jest książka „Światy równoległe. Czego uczą nas płaskoziemcy, homeopaci i różdżkarze.” autorstwa Łukasza Łamży (Czarne, 2020).  

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Bardzo dziękuję za tak merytoryczne sprawozdanie z tej dyskusji! Z pewnością powrócę do linków, które są tu zamieszczone! Bardzo bym chciała, żeby nastąpił ten optymistyczny rozwój wydarzeń. Powstają wspaniałe działania, organizacje oddolne, które realizują je z dużym profesjonalizmem (np. Demagog). Martwię się jednak, gdy widzę, jak bardzo trudno jest rozpoznać fake news, tym bardziej, jeśli angażowane są do tego duże zasoby (wszelakie) i nowa technologia. Całkowicie zgadzam się z uczestnikiem debaty, iż edukacja medialna powinna być realizowana już od najwcześniejszego okresu edukacji i kontynuowana również wsród dorosłych. Obawiam się także, że osoby, który dopuszczają się oszustw i przekłamań cały czas się w tym edukują. Nie powinniśmy zostawać w tyle w aktach samoobrony.

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To, że żyjemy w świecie szybkiej i permanentnej zmiany, potęguje wg. mnie problem z umiejętnością krytycznej oceny informacji. To na co trzeba poczekać, traci na znaczeniu. Dobrze zapamiętujemy to, co będąc np. mało istotnym zdarzeniem, wywołuje kontrowersje lub zostało nagłośnione medialnie. Zaczynamy zastanawiać się nad poziomem dziennikarstwa, jakością i wiarygodnością ogólnodostępnych treści. Niedawno natknęłam się na wyniki badań, które pokazują, że „w wyniku chaosu informacyjnego człowiek staje się coraz bardziej niezaradny, zdezorientowany, a często po pojawieniu się frustracji staje się roszczeniowy, impulsywny, postulatywny i coraz częściej przesiąknięty agresją”. Idealnym przykładem jest chociażby ostatni kryzys zdrowotny na świecie. Edukacja osób dorosłych w zakresie krytycznego myślenia czy umiejętność korzystania z zasobów Internetu to bardzo ważne obecnie tematy! 

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The topic of media literacy nowadays is more important than ever. Every day we see how various media outlets with little to no legitimacy divide and polarise our society by providing a portion of that said society with information that is often not backed up by facts. Therefore, this article is really helpful for those who are already interested in media literacy.

I agree with the article, especially the part about teaching media literacy in schools to make sure our youth has the proper tools to understand what information is legit and what isn't.

But to add, shouldn't more media literacy education projects be implemented in more rural areas. The projects, reports, and frameworks proposed here are wonderful but, I believe the key to battling a lack of media literacy is to find the proper channels to educate people on the subject

 

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